segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Fluxo de consciência - parte 2

As coisas não funcionam assim. Você tem que se sentir muito em cores pra fazer poesia. De frente para o vento. Coração alegre,mar. Só Deus sabe o quanto sou má... o quanto meu mundo é mesquinho, o quanto a minha artilharia é pesada, o quanto meu amar é cansado. Devo deixar a tentação da morte me pegar? Raquítico sentimento. Tenho medo de escrever. Tenho medo de escrever e não falar a verdade mais encostada a mim. Tenho medo desse instante pesado. Tenho medo da minha academia de sonhos e loucuras. Único estar cintilante,única obra linear! Ai, se eu simplesmente pudesse raiar por aí! Nas febres das maiores loucuras!... Ainda me ajoelho e rezo sobre as minhas migalhas. E sinto o mundo todo neste instante. O instante é perverso com a tinta permanente. Eu seguiria o ponto se ele me permitisse. Porque esta sensação de não-ser, rouba-me todos os tecidos humanos. Porque eu podia ser bem mais que o riso transpassante. E não tem você,que seja mais puro que isso. Do que a leveza de um instante-amor que a obrigação corrompe. No meu quarto-de-sonhar eu sou rainha do Universo. Em vísceras com a verdade.

Um comentário:

Wanderley Elian Lima disse...

Ser nós mesmos é muito difícil, aí teríamos de deixar transparecer nossas maldades, e isso preferimos camuflar. A insatisfação com o que está posto é produtiva, desde que tenhamos coragem de tomarmos outros rumos.
Bjux

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